Secretária de Educação diz que transferência temporária de crianças e professores da Emei Boca do Monte é por questão de segurança

Letícia Klusener e Maria Júlia Corrêa

Secretária de Educação diz que transferência temporária de crianças e professores da Emei Boca do Monte é por questão de segurança

Foto: Vinicius Becker (Diário)

As atividades da Escola Municipal de Educação Infantil (Emei) Boca do Monte foram transferidas para Escola Estadual de Ensino Fundamental (EEEF) Almiro Beltrame, também no distrito Boca do Monte, devido à ocupação de indígenas na Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária (Fepagro). Em entrevista ao Bom Dia, Cidade!, da Rádio CDN (93.5 FM), na manhã desta terça-feira (5), a secretária de Educação, Gisele Bauer Mahmud, falou sobre o caso.

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Segundo a secretária de Educação, a mudança foi definida após reuniões com autoridades da área de segurança, direção da escola, representantes da Secretaria de Desenvolvimento Rural e da 8ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE): 

— Avaliamos todas as variáveis e entendemos que, para garantir a segurança das crianças e professores, seria melhor a transferência temporária até que a situação se resolva – explicou.

A decisão considera a preocupação de pais e professores em relação ao cenário de instabilidade gerado pela ocupação, que ainda está sendo analisada pela Justiça: 

— Não depende da prefeitura tomar uma decisão, e sim, um acompanhamento, pois depende da Justiça neste momento, entendemos que para a segurança seria melhor a transferência temporária das atividades da escola — afirmou a secretária.

Retomada

A expectativa é de que as atividades sejam retomadas de forma gradual na EEEF Almiro Beltrame: a partir de quinta-feira (7), para as turmas da pré-escola, e em tempo integral, a partir de segunda-feira (11), para as crianças da creche: 

— Entendemos que é difícil para os pais essa mudança de rotina, mas que as crianças também possam ser atendidas em tempo integral, uma vez que há espaço suficiente na escola Almiro Beltrame, e assim a gente não precisa interromper as atividades — diz Gisele, e complementa que há, pelo menos seis dias, de atividades a serem recuperados.

Pais dos estudantes serão recebidos, nesta quarta-feira (6), para conhecer o novo ambiente e esclarecer dúvidas sobre a mudança. Com relação à logística, a secretaria informou que o transporte escolar será garantido: 

— As crianças não podem pagar por isso. Estamos apenas ajustando a rota, sem aumento de distância. O mesmo transportador seguirá atendendo, pois já conhece a comunidade — esclareceu a secretária.

A situação segue sendo monitorada pelo governo municipal, que aguarda os próximos desdobramentos da Justiça para retomar as atividades da EMEI Boca do Monte em seu espaço original. Na tarde desta terça-feira, a partir das 17h, pais devem fazer um protesto em frente à escola contra a transferência das crianças. 

O caso

A instituição, que fica na área da antiga Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária (Fepagro), foi desocupada em 15 de julho, quando um grupo de 30 indígenas da etnia caingangue entrou no local e ocupou uma parte do espaço. Como não houve avanços nas tratativas ou realocação do grupo de indígenas para outro espaço, a direção optou por adiantar o início do recesso escolar para o dia 21 de julho, enquanto as demais escolas do município entraram em férias no último dia 23.

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